Associação dos Participantes e Assistidos de Fundações e Sociedades Civis de Previdência Complementar da Área de Telecomunicações

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Polícia Federal a MPF realizam nova fase da operação Greenfield – Fonte G1

Última atualização em 09/03/2017 por admin

IrmaosMetralhaPolícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) realizam nesta quarta-feira (8) a 2ª fase da operação Greenfield, que investiga irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país, todos ligados a estatais. O prejuízo causado aos fundos está estimado em R$ 1,7 bilhão, segundo a PF.

 

Os policiais cumprem cinco medidas judiciais em São Paulo e duas no Mato Grosso do Sul. No estado de São Paulo, um mandado de busca e apreensão é realizado na capital. Em Andradina, no interior, a polícia cumpre três mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária.

 

O alvo do mandado de prisão, o empresário Mário Celso Lopes, foi preso em Andradina nesta quarta. A PF também realiza mandados de busca e apreensão nos seus imóveis e de seu filho, Mário Celso Lincoln Lopes. Eles são sócios da empresa Eucalipto Brasil, que fica em Andradina.

 

A polícia quer recolher provas de que os envolvidos cometeram fraudes em Fundos de Pensão que realizaram investimentos no Fundo de Investimentos em Participação (FIP) Florestal. O FIP teria recebido um aporte de cerca de R$ 550 milhões dos fundos de pensão Petros e Funcef. Esse valor, com as correções, chega a R$ 1,7 bilhão.

 

Investigações revelaram que Mário Celso Lopes participou da constituição da FIP Florestal. Na época, o empresário era o principal sócio da MCL Empreendimentos e Negócios LTDA, que se aliou ao Grupo J&F Investimentos para a formação da FIP Florestal. O G1 fez contato com a Eucalipto Brasil e com a MCL Empreendimentos e Negócios LTDA e não encontrou ninguém para se posicionar.

 

Para justificar o pedido de prisão de Mário Celso, o MPF relatou à Justiça a descoberta da assinatura de um contrato cujo objetivo seria o de dificultar as investigações.

 

Em novembro de 2016, após a deflagração da 1ª fase da operação, a empresa Eldorado Celulose – investigada pela operação – firmou um contrato de R$ 190 milhões com a Eucalipto Brasil, na qual os Lopes são sócios. O contrato é de fornecimento de massa florestal de eucalipto para produção de celulose.

 

Os investigadores suspeitaram porque, um mês após o fechamento do negócio, uma cláusula foi retirada do contrato. A alteração beneficiou Mário Celso em detrimento da Eldorado e dos sócios minoritários: Funcef e Petros.

 

O MPF suspeita que a medida tenha sido feita para cooptar e silenciar Mario Lopes, já que este conhecia as irregularidades envolvendo o recebimento dos recursos dos fundos de pensão.

 

Além disso, para os investigadores, todas as movimentações acionárias e negociações que viabilizaram os investimentos feitos pelos dois fundos de pensão beneficiaram Mário Celso Lopes e seu filho e sócio Mário Celso Lincoln Lopes.

 

Além das buscas e apreensões e da prisão temporária de Mário Celso, o MPF pediu o bloqueio dos bens, ativos, contas bancárias e investimentos pertencentes a MCL Empreendimentos e Negócios, MCL Participações, Mário Celso Lincoln Lopes, Mário Celso Lopes e Eucalipto Brasil S.A.

 

O MPF Solicitou ainda o sequestro de bens como imóveis e cotas sociais dos envolvidos. Segundo a PF, o objetivo é assegurar – em caso de condenação – a recomposição do prejuízo causado aos fundos. A Justiça também acatou o pedido de afastamento dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, telemático de todos os documentos apreendidos na operação.

 

A empresa Eldorado Celulose tem como conselheiros Joesley e Wesley Batista, sócios da holding J&F, que também é dona da JBS, e a Eucalipto Brasil SA, cujos donos são Mário Celso e o filho.

 

A J&F informou em nota que nenhuma de suas empresas foi alvo de busca e apreensão nesta quarta na operação Greenfield. A empresa disse ainda que seus advogados já apresentaram suas defesas e aguardam novos pronunciamentos do juiz responsável pelo processo.

 

Na 1ª fase, realizada em setembro de 2016, os focos da operação Greenfield foram a Funcef (fundo de pensão de funcionários da Caixa), a Petros (Petrobras), a Previ (Banco do Brasil) e o Postalis (Correios). A investigação da PF contou com apoio do Ministério Público Federal, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entenda aqui o que são fundos de pensão.

 

Em setembro de 2016, foram cumpridos 106 mandados de busca e apreensão, 34 mandados de condução coercitiva e 7 mandados de prisão temporária.

 

De acordo com a PF, as investigações foram motivadas após a revelação da causa de déficits bilionários de fundos do tipo. “De dez casos, oito são relacionados a investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações)”, disse a polícia na época.

 

Quando a 1ª fase foi deflagrada, os investigadores observaram a configuração de quatro núcleos criminosos: o empresarial, o dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos fundos de investimentos em participações.

 

Entre os presos, estavam o ex-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser, o diretor da Funcef Maurício Marcellini Pereira, os ex-diretores da Funcef Carlos Augusto Borges, Demósthenes Marques e o ex-diretor da Petros Humberto Pires Grault Viana de Lima.

 

Na 1ª fase, foram alvos de busca as empresas Santander, Bradesco Asset Management, Deloitte, Ecovix, Engevix, Envepar, OAS, Sete Brasil e a vice-presidência de Gestão e Ativos da Caixa.

 

Também foram expedidos mandados de condução coercitiva para ouvir o dono da Gradiente, Eugênio Staub, ex-presidente da Petros Carlos Fernando Costa, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, e o empresário Cristiano Kok, presidente do conselho de administração da empreiteira Engevix.

 

“A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões”, informou a Polícia Federal na ocasião.  

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