Associação dos Participantes e Assistidos de Fundações e Sociedades Civis de Previdência Complementar da Área de Telecomunicações

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Petros pede que CVM investigue gestores do Bradesco por fundo alvo da Greenfield – Fonte : O Globo

Última atualização em 16/12/2016 por admin

 

Agência do Bradesco em Brasília – Adriano Machado / Bloombe

RIO – A Petros, fundo de pensão da Petrobras, registrou reclamação junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira pedindo que sejam investigados os administradores e gestores de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) nos quais a fundação investiu. FIPs são fundos geralmente criados para comprar empresas de capital fechado. Um dos FIPs em questão é o Enseada, criado para viabilizar o retorno da marca Gradiente mas que acabou fazendo com que a Petros virasse alvo da operação Greenfield, da Polícia Federal, em setembro.

A reclamação ainda não consta no portal da CVM. Caso a autarquia considere a queixa procedente, ela pode se transformar em um processo sancionador e ser julgado após investigação.

De acordo com a Petros, a iniciativa faz parte de um conjunto de medidas para recuperar recursos perdidos com os investimentos. Em setembro, o presidente da Petros, Walter Mendes, disse que a fundação analisava recorrer à Justiça para recuperar recursos perdidos em investimentos irregulares.

No caso do FIP Enseada, a representação é contra a BEM Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e o Bradesco Asset Management, administradora e gestora do fundo e ambas integrantes do grupo Bradesco.

O FIP investiu R$ 68,5 milhões na Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD), da marca Gradiente. A Petros fez um investimento em 2011 subscrevendo 25% das quotas do FIP. Ela fez o aporte juntamente com a Funcef, com a Agência de Fomento do Amazonas (Afeam) e com a Jabil, empresa que era credora da Gradiente.

Como o retorno da Gradiente não foi bem sucedida, o investimento dos fundos virou pó. Segundo relatório final da CPI dos Fundos de Pensão, a Petros alienou suas cotas em 2014 por valor simbólico de R$ 0,25, enquanto a Funcef o fez por R$ 1.

“A Petros questiona a possibilidade de conflito de interesse, uma vez que o Bradesco também era o principal credor da Gradiente e os recursos provenientes de sua recuperação extrajudicial seriam destinados à quitação das dívidas junto ao próprio banco”, afirmou a Petros em comunicado.

Outro FIP alvo de reclamação da Petros é o Brasil Petróleo 1. De acordo com a fundação, ele foi criado em 2012 para investir em empresas e projetos ligados ao setor de petróleo e gás. A notificação da fundação é contra a Caixa Econômica Federal, administradora do fundo, e os gestores Mare Investimentos Ltda. e Mantiq Investimentos Ltda.

“O questionamento se refere a mudanças na estratégia de investimentos, sem aprovação dos cotistas, o que configura violação à legislação e ao regulamento do fundo. Isso porque, em vez de investir na construção de uma fábrica no Brasil, conforme previa o plano de negócios, decidiram destinar os recursos para a implantação de uma fábrica nos Estados Unidos, trazendo como risco de investimento a aplicação da legislação daquele país”, disse a Petros.

Segundo a fundação, o negócio levou ao provisionamento de R$ 100,3 milhões para o fundo, do qual a Petros detém 17,08% de participação.

Nos requerimentos, a Petros solicita ainda que, caso conclua pela ocorrência de crime de ação penal pública, a CVM comunique ao Ministério Público para que tome as providências cabíveis no sentido de responsabilizar os envolvidos e recuperar os recursos investidos.

Em 2015, a Petros registrou déficit de R$ 16,1 bilhões (dados ainda preliminares, segundo Mendes) e vai precisar apresentar um plano de equacionamento até o fim do ano.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/petros-pede-que-cvm-investigue-gestores-do-bradesco-por-fundo-alvo-da-greenfield-20648605#ixzz4SzRYOCHD

 

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