Associação dos Participantes e Assistidos de Fundações e Sociedades Civis de Previdência Complementar da Área de Telecomunicações

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Contabilização de ativo e passivo dos fundos de pensão

Última atualização em 09/10/2014 por admin

graficoA Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) concluiu, em agosto, uma proposta de revisão da regulamentação da marcação dos ativos, dos parâmetros para definição da meta atuarial e do equacionamento do déficit dos planos de previdência complementar fechada. O debate foi iniciado em março deste ano com a abertura de uma comissão temática instituída pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
Para a definição da meta atuarial, ou seja, o índice que estabelece quanto é necessário que os investimentos rendam para arcar com os compromissos de pagamento de benefícios dos participantes, a Abrapp propôs que as mesmas sejam definidas com base em uma taxa média de rentabilidade das NTNBs dos últimos cinco anos, considerando-se também um prêmio de risco. As NTN-Bs são títulos públicos de longo prazo indexados a um índice de inflação, ativos comuns na carteira de um fundo de pensão. Ainda que os títulos flutuem ao longo do tempo até o seu vencimento, uma taxa média da sua rentabilidade limitada a um teto mínimo e máximo, garantiria um impacto menor para os fundos de pensão no alcance das suas metas a cada ano.
A proposta da Abrapp foi bem recebida entre os gestores da Petros uma vez que atende às demandas do setor e reduziria a volatilidade, que é um processo natural do mercado. “Se já considerássemos a meta atuarial com base na rentabilidade média das taxas das NTT-Bs, o resultado em 2013 teria sido outro”, explica o diretor de Investimentos da Petros, Newton Carneiro, ao lembrar que os resultados de um fundo de pensão devem ser examinados no longo prazo. “Nos últimos dez anos, a Fundação acumula rentabilidade de 295,36% contra uma meta atuarial de 221,23%.” Na comparação com o ano passado, os investimentos começam a se recuperar e as prévias da primeira metade de 2014 apontam uma tendência de melhora dos resultados.
Já para a marcação dos ativos, a proposta da Abrapp é que ela seja realizada na curva, ou seja, os títulos só serão contabilmente registrados quando de fato chegarem ao seu vencimento e a rentabilidade obtida se refletir diretamente na carteira de investimentos do fundo de pensão. Desta forma, o fluxo do passivo e do ativo são trazidos para o presente pela mesma taxa. Para a Petros, a decisão de marcar os títulos a mercado permite maior flexibilidade à gestão e depende da estratégia de investimentos e do perfil de cada plano. “A maioria das NTN-Bs da Petros é marcada a mercado, ainda que os títulos de longo prazo sejam mantidos até o vencimento, quando são resgatados por seu valor de face. Sendo assim, independentemente das flutuações, a Fundação não realiza o prejuízo quando os papéis caem. A perda é apenas contábil, já que os títulos terão o rendimento previsto em contrato quando forem resgatados,” informou o diretor. Manter os títulos até o prazo final é uma forma de diminuir os riscos atuariais, ao casar o vencimento do ativo com o cronograma de pagamento dos benefícios.
A Abrapp propõe, ainda, uma revisão no limite de solvência de cada plano. Isso quer dizer o quanto o plano de previdência pode estar deficitário para que o fundo de pensão tenha que elaborar um plano de equacionamento do déficit. Pela proposta, a Abrapp sugere que o limite, hoje estipulado em 10% do patrimônio líquido, seja calculado em função da duration de cada plano. Por duration, entenda-se o prazo médio que o plano tem para pagar as aposentadorias. Quanto maior a duration do plano, maior o prazo para recuperação do déficit. “O duration do Plano Petros 2 é maior do que o do PPSP por ser um plano mais jovem. Dessa forma, é natural que a Petros tenha mais tempo para equacionar um eventual déficit, visto que irá demorar mais tempo para começar a pagar os benefícios dos participantes,” informou o diretor. A Petros defende ainda que o cálculo deve considerar também um teto, tanto superior quanto inferior, para o tamanho do déficit.

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