Associação dos Participantes e Assistidos de Fundações e Sociedades Civis de Previdência Complementar da Área de Telecomunicações

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Fundos: Renúncia na Oi – fonte Folha de São Paulo

Última atualização em 08/10/2014 por admin

RenunciaSob pressão de sócios, presidente da Oi renuncia
Executivo perdeu a confiança de acionistas brasileiros após ‘empréstimo’ da PT
Zeinal Bava foi um dos mentores da fusão das teles e será substituído interinamente pelo diretor de finanças
O presidente da Oi, o moçambicano Zeinal Bava, 48, renunciou ao cargo nesta terça-feira. Ele será substituído interinamente por Bayard Gontijo, que continuará como diretor de finanças e relação com investidores até que o conselho de administração defina o novo presidente.
As mudanças foram informadas em comunicado à Comissão de Valores de Mercado (CVM). No documento, não há explicação para a saída do executivo.
Bava, um dos mentores da fusão entre a operadora brasileira e a Portugal Telecom (PT), vinha enfrentando a pressão dos sócios brasileiros da Oi desde meados deste ano, quando veio à tona um “empréstimo” de € 897 milhões da Portugal Telecom para a Rio Forte, empresa do Grupo Espirito Santo, um dos maiores acionistas da PT.
A transação, desconhecida dos sócios brasileiros, ocorreu após a “due dilligence” (investigação sobre a situação da empresa) feita nas operadoras antes da fusão, anunciada há um ano.
Bava negou que tivesse conhecimento do negócio, mas suas explicações não foram capazes de mudar a posição dos sócios brasileiros –a Andrade Gutierrez e a La Fonte. A perda de confiança teria levado Bava à renúncia.
O “empréstimo” não teria sido um problema se o Grupo Espírito Santo não tivesse entrado em recuperação judicial. Sem capacidade de quitar a dívida foi preciso transformá-la em ações da Oi que ficarão em tesouraria (não estarão circulando) até ela seja paga, o que reduziu a participação dos sócios portugueses na companhia.
Pelos termos anunciados em abril, quando foi anunciada a operação de capitalização e fusão, a Portugal Telecom ficaria com 38% da “nova Oi”. Agora, sua participação foi reduzida a 21% do capital total da empresa.
À medida que a dívida for paga, a Portugal Telecom recompra essas ações e retoma sua fatia na operadora.
O imbróglio também criou outro problema para a fusão. Uma regra da CVM determina que as empresas de capital aberto só podem manter até 10% de seu capital em ações na tesouraria. Com essa saída para o “empréstimo” à Rio Forte, a Oi manteria 17% das ações, algo que exige aval do regulador.
DÍVIDA
Bava, que presidia a Oi desde junho de 2013, foi o terceiro presidente em seis anos e conduzia a fusão como uma forma de reduzir o endividamento da companhia para que ela possa voltar a ser competitiva no acirrado mercado das telecomunicações.
A dívida da Oi chegou a R$ 46 bilhões no segundo trimestre –era de R$ 30 bilhões no início de 2014– e, por isso, a tele desistiu do leilão no mês passado das licenças adicionais do 4G, serviço de internet móvel ultrarrápida.
A saída de Bava acontece em um momento em que técnicos da Anatel (agência reguladora) já estudam saídas para ajudá-la a recuperar o fôlego e, assim, seguir com seu plano de compra da TIM em parceria com Claro e Vivo ou de fusão com a subsidiária da Telecom Italia no país.
Uma das medidas seria modificar as regras para a venda ou alienação de bens usados na prestação da telefonia fixa, único serviço público prestado pelas teles (celular, por exemplo, é privado). Atualmente, as teles precisam de aval da Anatel para comercializar esses ativos.
Bilionária angolana virou novo problema financeiro para a Oi
Sócia da Oi e da Portugal Telecom (PT) na operadora angolana Unitel, a bilionária Isabel dos Santos criou mais um problema financeiro para a tele luso-brasileira, que pretende vender sua participação na África para reduzir seu endividamento.
Com a venda de seus 25% na Unitel, a Oi espera arrecadar US$ 1 bilhão, em valores de mercado. Mas Isabel dos Santos considera que, com a fusão, a PT transferiu ativos para a Oi e isso configurou quebra do estatuto da Unitel.
Por isso, a venda dessa participação só poderia ocorrer pelo valor patrimonial –cerca de US$ 470 milhões, sem considerar os dividendos contingenciados desde 2012 no valor de US$ 248 milhões.
A Oi não concorda e o caso pode acabar em arbitragem, processo longo e caro.
Outra opção considerada pela Oi para reduzir sua dívida é a venda da própria Portugal Telecom em Portugal, estimada em US$ 9,5 bilhões. Descontando as dívidas da operadora portuguesa, o negócio poderia render US$ 4,5 bilhões. Com essa folga, a Oi ganharia força para decidir se compra a TIM, junto com Claro e Vivo, ou se avança em uma fusão com a TIM.
A Oi não comentou. A Unitel e sua acionista Isabel dos Santos não responderam até a conclusão desta edição

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