Associação dos Participantes e Assistidos de Fundações e Sociedades Civis de Previdência Complementar da Área de Telecomunicações

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Saúde: Planos de autogestão inovam – Fonte Diário dos Fundos de Pensão

Última atualização em 12/12/2016 por admin

saude2Atendimento especial para quem mora fora dos grandes centros, foco em doenças crônicas, encontros de relacionamento e palestras com especialistas são algumas das estratégias dos planos de autogestão em saúde ligados a fundos de pensão para reduzir os custos e reter os beneficiários. No ano passado, os custos médicos subiram 19,3%, enquanto a inflação ficou em 10,67%. Neste ano, a diferença será ainda maior: enquanto a projeção para o aumento nos preços na área da medicina é de 18,6%, pesquisa do Banco Central sinaliza que a inflação deve ficar em 6,69%.

Os custos crescentes levam os planos de saúde comerciais a fazer reajustes salgados que acabam afugentando os associados. “A inflação médica chega a ser o dobro da normal, com as novas tecnologias e medicamentos desenvolvidos. As pessoas vão ficando sem condições de permanecer nos planos. Com a crise econômica, a situação ficou pior. No último ano e meio cerca de 2 milhões de pessoas deixaram os planos de saúde”, informou Rogério Lamim Braz, coordenador nacional da Comissão Técnica Mista da Abrapp-Unidas de  Autogestão em Saúde e superintendente da Eletros-Saúde.

Enfrentando o problema – Administradora de quatro planos de autogestão em saúde que atendem 85 mil beneficiários de suas patrocinadoras, entre funcionários, aposentados e dependentes, a Funcesp passou por essa situação e resolveu enfrentá-la. Ao constatar que a saída de associados estava superando a entrada de novos participantes, resolveu fazer uma pesquisa qualitativa e quantitativa para entender o que acontecia, conta o presidente do fundo, Martin Glogowsky. A descoberta foi que o problema estava mais concentrado entre os aposentados que, apesar de gostarem do plano, não estavam conseguindo pagá-lo.

O passo seguinte foi então buscar estratégias para reduzir os custos, mantendo a qualidade. Uma delas foi desenvolver um plano específico para os beneficiários do interior do Estado de São Paulo. Lançado em outubro último, o plano NOSSO Regional nasceu da constatação de que metade dos beneficiários está no interior de São Paulo e, em geral, prefere recorrer ao atendimento em sua região quando tem algum problema de saúde ou precisa de uma consulta de rotina. No entanto, estavam ajudando a cobris os custos também do atendimento na capital, normalmente mais caro.

Assim, nasceu o NOSSO Regional, montado para um atendimento exclusivamente no interior, com uma rede de 3 mil clínicas, laboratórios e hospitais conveniados em 222 municípios do Estado de São Paulo, que custa de 25% a 30% menos. A Funcesp acredita que ele será um sucesso. Dentro do mesmo espírito de reduzir custos, a Funcesp estuda lançar um plano mais simples e barato para os beneficiários da capital.

Casos crônicos – Em outra linha de trabalho, mas também com o objetivo de reduzir os custos para os participantes, além de zelar pela qualidade de vida das pessoas, a Funcesp tem o programa de gerenciamento de casos crônicos. O programa, explica Glogowsky, acompanha as pessoas que têm doenças crônicas para checar se estão tomando os medicamentos adequados e fazendo os exames para evitar um agravamento de quadros que aumentariam o sofrimento do paciente e os custos de tratamento.  Trata-se de evitar que o pior aconteça. Em linha semelhante, trabalha na prevenção de doenças, incentivando hábitos que vão evitar problemas no futuro. Em outra frente, a Funcesp trabalha para atrair novos participantes em campanhas de adesão, para rejuvenescer o grupo.

Por sua vez, o fundo de pensão Economus administra a assistência médico-hospitalar dos funcionários do Banco do Brasil oriundos do Banco Nossa Caixa, aposentados e familiares, por meio de planos de saúde na modalidade de autogestão, que contam com ações e programas voltados para a prevenção de saúde, acompanhamento de casos crônicos e firme gestão na utilização dos recursos financeiros. O Economus é uma entidade fechada de previdência complementar que existe desde 1977, conta o diretor de Saúde e Relacionamento Maurício Messias. Vinculados aos planos de saúde do fundo estão aproximadamente 46 mil beneficiários. Cerca de 35% dos participantes têm mais de 59 anos, com ligeira predominância de mulheres. Elas geralmente usam os planos com mais frequência do que os homens, o que recomenda que deveria haver no caso delas um maior investimento  da prevenção.

Envolver o participante – Uma dessas ações visa intensificar o relacionamento com os participantes para estimular o uso consciente do plano e obter retorno a respeito da avaliação do atendimento assistencial obtido. “Buscamos compartilhar a ideia de gerir o plano juntos, buscar prestadores de serviço locais com boas condições de preço e serviços. A intenção é que os beneficiários participem da gestão de sua própria saúde e do seu plano de saúde”, explica Messias. Neste ano, o Economus reuniu cerca de 1 mil pessoas nas regiões de Ribeirão Preto, Bauru, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Lençóis Paulista, Indaiatuba, Pirassununga, Sorocaba, Botucatu, Piracicaba, Campinas, São José dos Campos, Taubaté, Santos e Jundiaí. Os resultados mais visíveis, segundo Messias, são o uso mais cuidadoso do plano e a queda do número de reclamações.

O Economus também oferece aos associados palestras com especialistas, em parceria com os principais prestadores de serviços, sobre os temas que afetam mais a saúde das pessoas e dos planos e são os “campeões de morbidade”, entre os quais diabetes, hipertensão, depressão, saúde dos olhos, qualidade de vida na terceira idade e oncologia em geral, e reforça campanhas nacionais como o Outubro Rosa e o Novembro Azul. Segundo Messias, “cada pessoa deve fazer a gestão da sua própria saúde e que essa é uma responsabilidade que pode ser apoiada pelo seu plano de assistência médica, mas é indelegável de cada pessoa. Nesse espírito, o Economus estabelece parcerias e proximidade com redes referenciadas nas áreas de oncologia e ortopedia, por exemplo, para encaminhar as pessoas antes que algum problema surja numa visão de prevenção e tratamento, quando necessário”.

Lançado neste ano pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o projeto “Idoso Bem Cuidado” ganhou adesão do Economus e compreende um conjunto de ações que propõe um modelo inovador de atenção aos idosos, que envolve da consulta preventiva ao atendimento hospitalar e domiciliar (homecare), além do monitoramento contínuo por telefone e visitas presenciais, por exemplo .

Uma atenção especial é dedicada ao “gerenciamento de crônicos”, uma ação de impacto a curto e médio prazos na saúde das pessoas e nos custos do plano, segundo Messias. “O doente crônico deve seguir regularmente os tratamentos prescritos por seu médico assistente. Se não seguir as orientações do seu médico, pode ter complicações em sua saúde e também onerar mais o plano, com maior nível de hospitalização, por exemplo. Já as pessoas que seguem mais rigorosamente seu tratamento, tendem a ter menos complicações e uma melhor utilização do seu plano de saúde”, explica Messias.

Em estudo pelo Economus está a implantação de projeto para desospitalização, especialmente dos idosos, como forma de melhorar o atendimento assistencial. Esta é uma iniciativa que envolve  o apoio familiar e, consequentemente, a otimização de despesas médicas, além da auditoria médica de leito, para apoio à gestão das internações, principal bloco de despesas dos planos administrados.

Os planos de autogestão em saúde somam 164, atualmente, informa Braz, reunindo aproximadamente 5 milhões de beneficiários, o equivalente a 10% da população beneficiária de planos de saúde complementar no país. Parte deles está ligada a fundos de pensão, a sua maior parte a grandes e médias empresas que os criam para os seus funcionários, mas todos têm em comum o fato de não terem fins lucrativos e conseguirem cobrar mensalidades menores. Os custos cada vez mais elevados da medicina castigam a todos, inclusive aos comerciais.

Outro problema, explica Braz, é a falta de “oxigenação” proporcionada por um público mais jovem, algo que no seu caso inexiste. Como são fechados aos participantes externos, admitindo no máximo o grupo familiar dos associados ao fundo, os planos de autogestão enfrentam limites para a captação de novos participantes, enquanto a população original fica cada vez mais velha e, portanto, recorre cada vez mais ao atendimento médico.

Os custos elevados dos cuidados médicos e os limites à atração de novos beneficiários são desafios que planos como os da Funcesp e Economus superam com criatividade, mas levam Braz a reivindicar legislação que leve em conta as peculiaridades do segmento e seja mais flexível do que a aplicada aos planos de saúde comerciais. ( Chris Carvalho )

A ASTEL-São Paulo  pediu para a direção da SISTEL, em meados deste ano, que  iniciasse um estudo para transformação do PAMA em plano autogerido, voltando às suas origens, em virtude de várias razões e dentre elas a que se destaca é o fato de que o PAMA está sendo operado, em todo o Brasil, por um fornecedor único, Bradesco Saúde, o que nos deixa extremamente vulneráveis. A boa notícia é que estes estudos já se iniciaram e logo teremos um piloto em São Paulo.

ASTEL- São Paulo

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